Redes de Franquias

Até que ponto é possível o franqueado inovar?

09/06/2014 11:31

Publicado originalmente na coluna Franquias da Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping) em 10/02/2011.

 

A busca pela inovação no meio empresarial pode ser considerada uma das maiores preocupações de muitos executivos, visando aumentar a competitividade dos seus negócios.

 

Tais inovações podem contemplar tanto o lançamento de novos produtos (aspecto que é mais visível aos consumidores), como também o redesenho de processos (buscando maior agilidade e conexão com os consumidores), além de inovações na abordagem para com os franqueados.

 

Temos tradicionalmente no franchising franqueados cumpridores de ordens de seus franqueadores. Entretanto, vemos que esta abordagem é limitadora de inovações, pois restringe a participação dos franqueados. Neste caso os processos de inovações não vêem acompanhados de ações empreendedoras por parte dos franqueados.

 

A composição de empreendedorismo e inovações no sistema de franchising é possível quando o franqueador estimula a participação dos franqueados. Sobretudo no Brasil, um país com muitas diferenças culturais, a ação de franqueados empreendedores pode ser benéfica à geração de inovações que contribuam para ajustar a rede de franquias ao mercado local de operação.

 

Um bom exemplo vem da experiência do Grupo Trendfoods, este que detém o controle das redes de franquias China in Box, Gendai, Brevità e Owan. Nestas franquias, o franqueado é incentivado à participação e ao lançamento de novos produtos. O franqueador reconhece a necessidade de se ter um mix de produtos inovador e que, para isto, não deve se limitar às idéias de sua equipe gerencial, devendo permitir ao franqueado uma ação empreendedora a fim de encontrar novas oportunidades de negócios.

 

Entretanto, cabe a questão, até que ponto é possível o franqueado inovar? Se falarmos em franchising, estamos mencionando a questão do zelo pela padronização e a identificação do consumidor por uma marca com padrões de qualidade identificados em qualquer lugar.

Por sua vez, a experiência tem mostrado que, mesmo as redes de franchising que atuam em mercados com diferenças de consumo marcantes, podem estimular o empreendedorismo entre os franqueados a fim de trazerem sugestões que gerem inovações em seus produtos, sem que sejam perdidos os padrões de qualidade.

 

Os padrões de excelência devem ser uma garantia de qualidade do franqueador, entretanto saber reconhecer as particularidades em um país continental como o Brasil é um sinal de flexibilidade e capacidade do franqueador em lidar com a diversidade.

 

Aos franqueados a recompensa em atuarem inovando em suas franquias não é somente financeira, mas uma conquista na construção de redes de franquias mais competitivas. O conhecimento em mão dupla, neste caso com a participação de franqueados e franqueadores é um desafio a ser abraçado!

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Pedro Lucas de Resende Melo São Paulo/SP - Brasil