É sustentável o crescimento de redes de franquias no Brasil?

Publicado originalmente na coluna Franquias da Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping) em 21/02/2011.

É possível notar nos últimos anos o crescimento progressivo do número de redes de franquias no Brasil. Entretanto podemos remeter dois questionamentos a este crescimento, o primeiro deles o porquê deste crescimento, e o segundo, seria sustentável este crescimento?

A primeira questão é um reflexo das mudanças no mercado de trabalho vivenciado no Brasil. A economia tem a cada ano maior dificuldade de gerar empregos formais, com isso, torna-se emergente a necessidade de criação de novos negócios; em outras palavras, servindo de estímulo ao empreendedorismo.

O estimulo ao empreendedorismo é destacável principalmente em jovens profissionais próximo aos seus 30 anos, atuando tanto como fomentadores de redes de franquias (franqueadores), quanto como franqueados.

Junto às mudanças nas relações de trabalho, tem-se um ciclo de vida profissional cada vez mais curto nas empresas privadas. Sendo cada vez mais comum depararmos com profissionais tendo que trilhar uma segunda carreira próximo aos 40 anos de idade. Com isso, torna-se uma das alternativas viáveis abrir uma franquia.

Outros fatores, como a presença de legislações consolidadas, geram confiança aos empreendedores para aderirem ao franchising, além do alto índice de sucesso obtido pelas franquias no Brasil.

Por sua vez, o segundo questionamento levantado nesta discussão é sobre a sustentabilidade deste crescimento. Hoje possuímos mais de 1.600 redes de franquias, segundo dados da Associação Brasileira de Franchising. Muitas destas redes possuem menos de 10 unidades, em alguns casos menos de 5 unidades. Estes empreendimentos teriam estrutura e escala para operarem sob um sistema de franchising?

É possível que muitas destas redes não dêem continuidade ao longo dos anos. Entretanto, é certo, que o lugar ao sol será reservado para as redes de franquias, hoje emergentes que tenham comprometimento com os seus franqueados e consumidores. Redes que sejam capazes de planejar a sua expansão baseada em produtos e serviços que gerem valor à sociedade, e que não sejam apenas mais uma loja frente a tantas outras, especialmente nos Shoppings Centers.

Definir os valores de uma rede de franquia passa a ser o desafio das redes de franquias emergentes!