Redes de Franquias

Vale a pena investir em uma rede emergente face a marcas tradicionais?

09/06/2014 11:28

Publicado originalmente na coluna Franquias da Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping) em 03/01/2011.

 

Iniciaremos este ano com a discussão sobre a escolha de investimento em redes de franquias tradicionais, já consolidadas e com marcas reconhecidas, ou por redes emergentes.

 

Não há novidade em dizer sobre o crescimento do setor de franquias no Brasil, havendo mais 1300 redes. Sendo que mais de 50% destas redes operam a menos de 6 anos por franquias. A questão que muitos empreendedores se perguntam é se vale a pena investir em uma rede emergente face a marcas tradicionais?

 

Trata-se de uma análise realmente delicada de ser feita, e com certeza não deve ser generalista ao se colocar todas as redes emergentes no mesmo patamar desta análise. Como sabemos, muitas grandes empresas e importantes redes de franquias que vemos atualmente, começaram pequenas no passado.

 

Há redes emergentes que demonstram uma capacidade surpreendente de trabalhar sob o sistema de franchising. Conseguem desenvolver suas marcas, o mix de produtos, o suporte aos franqueados e detectar boas localidades para a expansão e oferta de novos pontos de vendas aos seus franqueados. Estas redes emergentes conseguem ser competitivas mesmo diante de redes de franquias tradicionais, que apresentam muitas delas mais de 20 anos de operação.

 

Cabe mencionar que para estas redes emergentes, a idade passa a ser uma virtude, se desvencilhando de processos burocráticos comuns a muitos negócios tradicionais. Tendo uma grande capacidade de identificação de tendências de mercado atrelado as mudanças da sociedade que apresentam ciclos cada vez mais rápidos.

 

Entretanto, esta não é a realidade de muitas redes emergentes. Uma grande parte, assim como em qualquer tipo de negócio, tem muitos desafios a sobrepor, especialmente por não possuir know-how de operação por franquias. Entenda-se neste caso, a identificação do perfil de franqueados que desejam para a constituição da rede, a dificuldade da padronização dos seus processos, a seleção adequada do mix de produtos para cada localidade, a escolha das associações à sua marca, a presença em bons Shoppings Centers, que de certa forma agregam status a franquia por estar em uma boa praça.

 

Por outro lado, as redes tradicionais têm a seu favor marcas consolidadas, sistemas de distribuição bem desenvolvidos (em muitos casos), assegurando o fornecimento de mercadorias aos franqueados de maneira adequada, evitando a falta de produtos em momentos de pico de demanda. E essencialmente um know-how constituído dos procedimentos vitais para a operação por franquias.

 

Outrora, a história está repleta de casos de negócios tradicionais, bem sedimentados, com marcas de sucesso que ao longo dos anos foram perdendo o seu brilho por não conseguirem identificar as mudanças que vinham ocorrendo com a sociedade e conseqüentemente com o seu mercado consumidor. Por isso, a idade nem sempre é um fator de prosperidade, podendo ser tanto uma virtude, uma competência constituída na identificação destas mudanças como também o sinal do fim de um ciclo.

 

Com isso, cabe ao empreendedor lojista analisar tanto nas redes tradicionais como emergentes, se a concepção do negócio expressa através dos seus produtos, serviços e visões de mercado correspondem com a perspectiva que o lojista tem sobre o futuro daquele mercado. Posteriormente, deve analisar a estrutura do franqueador para suporte as suas franquias, isto é muito importante sobretudo em redes emergentes, em certos casos ainda muito carentes de estruturas de profissionais.

Pesquisar no site

Contato

Pedro Lucas de Resende Melo São Paulo/SP - Brasil